segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Sobre música, bêbados, meu ipod e Liah

Pra variar estou ouvindo angra dos reis (legião Urbana), juro que eu queria ouvir outra coisa, mas simplesmente não dá, quase nada de novo presta, mas espere um pouco, há uns dias achei uma menina que canta muito bem, e suas musicas são razoáveis, é pra minha surpresa total, ela é paraense, meu grande pequeno estado esquecido. Logo eu, que pensava que nada mais, nesse estado, prestava, que tudo se resumia a aparelhagens, analfabetos que se alto denominam dj’s e tecnobrega, vem essa menina me contrariar. Quem me dera se toda semana fosse contrariado assim. Mas como todo milagre tem seu limite, ninguém a conhece aqui, então ela mora no rio de janeiro e faz um bom sucesso por lá, mas também, seria pedir demais, para que a menina além de ser daqui, cantar bem, ainda gostarem dela nesse no estado, acho que se ela vier cantar por aqui vão apedrejá-la.
Dizem que eu sou intransigente e não respeito o gosto alheio, mas digo que é exatamente o contrario, por aqui por esses lados esquecidos do Brasil, gente como eu, que não gosta de dj, tecnobrega e aparelhagem, simplesmente não tem vez. Meus ouvidos são bombardeados impiedosamente por toneladas diárias do mais podre lixo sonoro disponível no mercado fonográfico mundial, estou no limite do suportável.,
Mês passado tive que ir a Belém, fui “curtindo” o CD o Melhor do Pop Som, Jesus Cristo, foi a segunda pior viajem da minha vida, só não foi pior do que a viajem que capotei o carro e cai de uma ponte. O CD foi tocado duas vezes, mais ou menos 4 horas consecutivas, justamente o tempo da viajem. Quase chegando ao meu destino o disco finalmente acabou pela segunda vez e o motorista trocou para o rádio, por mais inacreditável que pareça estava tocando la solitudine na voz da Laura Pausini, o meu ouvido quase que entrou em colapso te tanta felicidade, mas infelizmente a alegria durou pouco, um bêbado que estava do meu lado e mais 90% dos passageiros da mesma reclamaram da música, o bêbado disse simplesmente:
-Motorista c..... tira essa música palha (no linguajar dele, palha quer dizer ruim).
Então quase todos apoiaram o bêbado:
-Verdade, verdade motorista.
O motorista então, pegou novamente seu disco do melhor do Super Pop, e colocou pela 3ª vez.
Sinceramente não queria muito, apenas ter minha liberdade de ouvir o que eu escolho de volta, faz muito tempo que não deixam, você sai pra um barzinho e em 15 minutos aparece um idiota que abre o porta malas cheio de leds e alto-falantes ruins e simplesmente coloca no volume máximo seu som, não importa se 90% das pessoas que está lá gostam, ele simplesmente esta agredindo os ouvidos dos outros 10%, invadindo a liberdade de escolha de não ouvir, está ai a diferença, não sou eu que sou radical e nem intransigente, caso ele estivesse ouvindo com fone de ouvido ele podia ouvir até seus ouvidos sangrarem eu não diria nada, pois não tenho nada haver com isso, mas o problema é que esses idiotas querem incomodar, mostrar que tem um som no carro com led azul.
Queria saber em qual perspectiva eu estou errado? Esse atraso cultural que vivemos também se estende a percepção de limites de liberdade. Ninguém tem direito de obrigar os outros a ouvirem o que estamos ouvindo, isso é básico, não precisa usar muito a mente pra chegar a essa conclusão, mas a maioria não consegue, simplesmente não conseguem pensar por um segundo sequer que estão invadindo o espaço alheio.
Não tenho mais esperança em entrar em uma Van silenciosa pelo menos, ou ir a um barzinho sem idiotas ou que eles usem fones de ouvido, o negocio aqui no Brasil é muito abandonado e no pará mais ainda. Mais qual meu antídoto pra isso? Meu ipod, ele está sendo meu companheiro inseparável, aconselho a todos com o mínimo de bom gosto que compre um, além de tudo ainda espanta os chatos que querem conversar, salvo os bêbados que mesmo assim conversam, mas é uma maravilha.
Eu já ia esquecendo o nome da menina paraense é Liah, lançou um cd chamado livre,vale a pena ouvir.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

TAUBA


Deveria eu ter estudado somente ate a 4ª série, pois foi na quarta série que eu aprendi a última coisa útil da minha carreira escolar, nesse período eu já estava dominando as quatro operações básicas e lendo e escrevendo razoavelmente, depois daí, tudo de importante eu poderia ter aprendido sozinho, assim como fiz.
Da universidade só tiveram proveito às boas amizades, poucos professores tinham algo que eu não sabia para me ensinar e os que tinham não ensinaram. Depois de 5 longos anos parimos um diploma (eu e a universidade) então me mandaram pra casa.
Voltando ao assunto inicial, se tivesse estudado somente até a 4ª serie, teria eu dois caminhos pra escolher, um era tentar entrar pra política, que para se dar bem é quase regra que você tenha que ser semi-alfabetizado, parece brincadeira, mas esse negócio de não ter estudado ta na moda hoje em dia. Lembro-me bem de uma história que rolava nos corredores da universidade em relação a isso, não sei se é verdade ou mentira, pois essa gente de universidade tem uma mania horrível de inventa mentira, mas vamos lá, diziam que na universidade de Pernambuco existia um professor analfabeto, ele dava aulas orais sobre a cultura do maracatu, após alguns anos de docência, perguntaram-lhe certa vez em uma roda de estudos, porque, mesmo depois de muitos anos dentro da universidade ele não tinha aprendido a ler? Ele sabiamente respondeu que se ele aprendesse a ler fatalmente perderia o emprego. Engraçado, mas é a mais pura verdade, há um certo glamour em ser analfabeto, simplesmente a universidade se orgulhava de tal excentricidade, com certeza há de haver dezenas de especialistas em maracatu (há especialista pra tudo que é bobagem, existe especialista em perna de barata pode acreditar) que sabem ler, mas não teria a mesma repercussão pra instituição. Nada contra o saber não institucional, o problema está na valorização exagerada no que diz respeito a falta de educação básica, ta sendo mais vantajoso não estudar, levar as coisas no jeitinho brasileiro.
Então qual seria minha segunda opção a não ser ter parado na quarta série e correr o risco de ser presidente da república? Seria ter, depois de alguns anos trabalhando pra ganhar dinheiro, ter feito um desses super supletivos de hoje em dia, que você conclui o primeiro e o segundo grau em seis meses, feito uma dessas faculdades de correspondência relâmpago de menos de 2 anos, que se digeridas em dias de aula não chegam há 4 meses, e usasse o resto to tempo pra decorar algumas frases e nome de livros e fingir ser especialista. Eu simplesmente passei 17 anos estudando enquanto tem gente que fez a mesma coisa em 2 anos e 6 meses, e estão ai com toda a pompa do mundo. Resumindo perdi 14 anos e meio te tempo da minha vida, tempo que eu poderia simplesmente ter usado pra trabalhar e ganhar dinheiro, escrever livros, ler, ouvir música, jogar videogame, namorar, falar mal dos outros enfim, qualquer coisa mais útil do que ter ficado dentro de uma sala de aula com uma professora que quase sempre sabia menos do que eu.
Sobraram-me duas sensações pra compartilhar com vocês, a primeira é de que eu não deveria ter nascido nesse pais ridículo, a outra é que eu simplesmente fiz tudo errado, andei pelo caminho mais longo a troco de nada, eu com meus 17 anos de estudo estou em casa por incapacidade técnica, enquanto os meus colegas de 2 anos e seis meses estão ensinando seus alunos a soletrarem “tauba”.