terça-feira, 29 de maio de 2012

Sobre Educação e Incompetência.


O meio educacional é um meio muito difícil. É muito difícil ser verdadeiro nessa área, você não pode se arriscar em dizer a verdade sob o risco de ser visado por varias gerações de gestores. Poucos mundos são mais mesquinhos que o mundo da educação, por isso fiquei um tempão sem escrever sobre o tema, mas tem dias que não dá, é tanta burrice junta que se torna impossível ficar calado.  Sei que estou sendo boicotado e perseguido novamente. Por gente que eu não tenho a mínima idéia de seus motivos (e ao mesmo tempo sei), gente de mente pequena que não tem nem vocabulário pra dialogar comigo, mas de arrogância inversamente proporcional, gente que está plantado em um cargo público e por isso se acham sabedores de alguma coisa. Pobres idiotas com visão de galinha, não conseguem vislumbrar nem o outro lado da cerca, não conseguem ler e abstrair um texto de 20 palavras, mas se intitulam educadores, ou melhor, acham que são gestores, acreditam que distribuir cadeiras entre escolas e preencher o censo escolar é ser gestor, que viajar para congressos-sem-futuro-de-beira-de-estrada e ganhar bolsinhas ridículas é ser gestor, que ficar reunindo com bajuladores pra ouvir elogios mentirosos e resultados fantasiosos é ser gestor, mas não é, estão muito enganados, isso é estar gastando dinheiro publico de forma ineficaz.
Recebo algumas críticas por apontar erros e não sugerir soluções, então hoje vou fazer diferente, vou descrever passo a passo, o que eu acho necessário para que as coisas tomem um pouco mais de jeito.
A crise educacional brasileira é oriunda de um único motivo, Falta de Competência, falta de mão de obra realmente qualificada. Por anos, foram se abrindo as mais diversas concessões, principalmente em relação à formação. Hoje não se pode exigir o mínimo na formação de professores, ninguém aceita ser avaliado, ou posto a prova. As faculdades de pedagogia dificilmente fazem testes individuais ou exigem o mínimo de seus alunos. Na verdade qualquer licenciatura, hoje em dia, é terra de ninguém, qualquer analfabeto consegue se formar. A nível de gestor, as coisas são piores ainda, são escolhidos por grau de bajulação, escolha essa que em 99% das vezes, tria as piores pessoas, visto que pessoas realmente competentes não são bajuladoras.
Quando as coisas vão subindo, por incrível que pareça, pioram cada vez mais, coordenadores, orientadores, diretores de ensino e secretários de educação são cada dia mais lastimáveis, mais incompetentes. Não conseguem entender nem suas atribuições. vi coordenadores que passavam o dia recortando figurinhas para colar em folhas de papel, orientadores que ficavam vigiando alunos que vão ao banheiro, diretores de ensino que não sabem o que é matriz curricular e finalmente secretários de educação que acham que ser secretário é só viajar. Tudo parece que parou no mundo da educação brasileira, não há renovação. Somos a única ciência do mundo que continua a usar teorias e soluções que não deram e não dão certo. Será que ninguém consegue perceber que estamos formando uma geração de Imbecis, Crianças fadadas ao fracasso. Que não irão conseguir entender um manual de instruções, que serão simplesmente esmagadas pelos alunos da educação privada. A quem os responsáveis por este desmando estão querendo enganar? a quem esses professores que não dominam a matéria estão querendo ludibriar?
É preciso que haja uma reformulação profunda em nosso sistema de ensino, é necessário que se crie mecanismos de expurgar os maus professores e atrair bons profissionais, desestimular os descompromissados e  seduzir as grandes mentes. Se faz necessário desenvolver um programa que premie aqueles que produzirem os melhores resultados, em São Paulo já se inicia um processo semelhante a esse, professores que conseguem ensinar de maneira eficaz e se saem bem nas avaliações periódicas, ganham mais, e professores que não conseguem que seus alunos alcancem determinado patamar e nem tiram notas satisfatórias nós testes de conhecimento, ganham menos. Digo mais, aqueles que continuassem a não corresponder ao mínimo necessário deveriam ser afastados de sala de aula, e em ultima conseqüência, demitidos por justa causa, para que se economizasse dinheiro para a contratação de um profissional que realmente tivesse vocação e conhecimento suficiente. Os Gestores escolares deveriam ser os que conseguissem alcançar o ápice em relação a resultados e desempenho, assim como ocorre na China, País com o melhor resultado no PISA (Programme for International Student Assessment) Maior e mais completo teste de desempenho educacional realizado no mundo, que aponta o Brasil, sempre, nas ultimas posições em todas as matérias avaliadas. Outra lição que devemos tirar do PISA e desmistificar e desmascarar muitas teorias erradas propagadas na educação brasileira, uma delas, por exemplo, é em relação ao numero de alunos em sala de aula. Por muitos anos se colocou a culpa no numero excessivo de alunos em sala de aula como o responsável pelo fracasso escolar. Mentira, os países asiáticos comprovaram que é bem melhor ter 40 ou até mesmo 60 alunos em uma sala, com um bom professor, do que em 4 salas com 4 professores ruins, ou seja, a culpa é do mau profissional. 
Mas como avaliar desempenho no cenário de total desorganização que se encontra o ensino?
- Vamos lá: lembro-me quando dei aulas pela ultima vez em uma escola. A única coisa que me disseram foi a série, em momento algum, me foi apresentado matriz curricular ou algo parecido, eu poderia ir lá e ensinar o que eu bem quisesse, a única coisa que me pediam eram meus planos de aula, que eu nunca dava, pois estavam única e exclusivamente em minha cabeça. Então eu me perguntava, pra que serviam os vários dias de planejamento escolar coletivo que a secretaria de educação promovia no inicio do ano?  (alem de desperdiçar dinheiro claro), não sei direito, pois nunca me dispus a ir, mas acho era pra cortar papel, (alem, claro, de ouvir discursos educacionais ultrapassados e fajutos). Mas essa mania de não definir o que se deve ensinar, é fruto dessa política permissiva irresponsável que se determinou como regra no meio escolar, reza a lenda que o professor deve definir o currículo a ser seguido de acordo com as necessidades individuais de cada um. Muito bonito, mas ineficaz, é necessário sim que se defina o que deve ser ensinado, caso contrário, corre-se o risco, de não se ensinar nada, como vem acontecendo. É necessário sim que se defina e padronize o que se deve lecionar, a vida exige isso, o mercado exige isso, os vestibulares (de verdade) exigem, os concursos, os testes. Por isso e por outros motivos que estão se tornando cada vez mais indispensáveis os cursinhos. Ensinam, de fato, o que deixou de ser ensinado na escola. A escola simplesmente está se tornando perda de tempo, algo estritamente burocrático.
Organizado o que se deve ensinar, deve se observar os testes oferecidos aos alunos, pois é muito comum, professores incompetentes realizarem provas pífias para camuflar seu fraco desempenho, todos ficam felizes, os alunos, pois não precisam perder tempo pensando, os pais, que acham que seus filhos são gênios e o professor, pois recebeu elogio tanto dos alunos como dos pais. Por esse e outros motivos, os testes deveriam ser padronizados, confeccionado por uma equipe pedagógica realmente capaz, de notável conhecimento, pautada sobre a matriz curricular oferecida. Todas as escolas, no mesmo dia, no mesmo horário o mesmo teste seria aplicado nas respectivas séries. Assim como o aluno, os professores deveriam conhecer seu conteúdo apenas no dia. Assim como acontece no vestibular, já pensaram se o vestibular fosse realizado pelo próprio cursinho, todo mundo acertaria tudo, não haveria como avaliar quem aprendeu ou deixou de aprender, assim deve ser na escola regular, uma avaliação justa e eficaz.
Logo após a avaliação dos alunos, deveria ser feita a avaliação dos profissionais de educação, e através de uma media das notas, deveriam ser tomadas as atitudes cabíveis. Por exemplo os melhores professes deveriam ganhar incentivos salariais de acordo com o grau de desempenho, já os maus deveriam ser remanejados para o estaleiro, e em último caso descartados.
Então vão me questionar, como fazer isso com os alunos do interior do município? Fácil, a implantação das escolas pólo, é totalmente irracional manter uma escola em uma comunidade com 4, 5, ou 6 famílias,  o governo federal já descobriu isso e por este motivo anda investindo no transporte escolar, infelizmente os secretários de educação não perceberam , e acham melhor pulverizar maus professores em péssimas salas de aula multisseriadas pelo interior.
Hoje, na média, o professor brasileiro ganha mais do que merece, há exceções? Sim há, e é por causa delas que se deve separar o joio do trigo, e em muitos casos queimar a plantação inteira, selecionar novos grãos e começar de novo. A profissão de professor tem de ser bem remunerada? Claro que sim, mas o profissional tem de fazer jus ao seu salário, a categoria só pode se fortalecer se conseguir mecanismos eficazes de triagem, como por exemplo a OAB no caso dos advogados , precisamos urgentemente da criação de um conselho de educação que crie regras e pré-requisitos para o ingresso na profissão, que impeça que profissionais descompromissados prejudique uma classe inteira, manchem sua imagem.
Os resultados disso tudo são imediatos? Claro que não, há de se esperar um certo tempo para que tudo entre nos eixos e produza algum resultado, mas se faz necessário que se de inicio o mais rápido possível. Creio que em 4,5 ou 6 anos os primeiros resultados já estariam sendo observados, como melhoria salarial da classe, melhores notas nas avaliações internacionais e mesmo no IDEB, dentre outras coisas.
Mas comigo, o que vai acontecer depois da publicação deste texto? Acho que vão me jogar pedra  e pau quando sair na rua, pois a esmagadora maioria dos profissionais vai se enquadrar no perfil que deveria ser expulso do meio educacional, vão me perseguir mais e inventar mais mentiras sobre mim , mas eu não me importo, já estou acostumado, o que me chateia mesmo é quando atribuem coisas que eu não faço, textos anônimos, fofoquinhas e outras mesquinharias. Vejam bem, eu sempre tive coragem de dizer o que penso, assim como estou fazendo agora, eu não me escondo para difamar e ofender ninguém, eu simplesmente escrevo e assino em baixo. Eu só queria que esses covardes que ficam pelas esquinas me acusando disso e daquilo, tenham coragem de mostrar a cara, façam como eu, escrevam e assinem , digam o que quiserem pra mim, mas deixe endereço para que possa responder.
Sinceramente acho tudo isso meio confuso, algo entre o ódio e a admiração, um tanto patológico, minha presença parece que incomoda, de certa forma escancara muitas limitações. Há um medo contínuo do que posso escrever ou falar, por isso tentam me desqualificar e desmoralizar atribuindo textos simplórios a minha pessoa, coisas que não fiz ou mesmo coisas que não disse.

...Fale mal de mim
Suba nesse palco tente me acompanhar
Fale mal de mim
Jogue seu veneno caia e tente negar
Toda admiração que sentes ao me ver
Fale mal de mim
Jogue a pedra do tamanho que você quiser
Fale mal de mim
Mas eu sei que voce sabe haja o que houver
Mesmo se escondendo voce vai me escutar
...
... Fale mal de mim
Mas o que eu tenho você nao vai alcançar
Fale mal de mim
Minha poesia vai fazer voce parar
E de uma vez por todas tente entender...
Fale mal de mim (Joaquim Cezar)

 Digam o que disserem, ou façam o que acharem, as palavras INCOMPETENTE  e BAJULADOR sempre vão estar brilhando na testa de alguns que coincidentemente copiarão e utilização  este texto para fazer fofoca.
 Mas ainda existe um alento para mim nisso tudo,  há uma pequena parcela de pessoas competentes que irão me aplaudir, e isso me faz bem, ser admirado por pessoas que sabem realmente de alguma coisa, me faz bem.

Um comentário:

Laudyson de Jesus disse...

Realmente caro Paulinho, os bons profissionais ou àquele que expõe sua opinião não muito favorável aos rumos propagandistas que a Educação ipixunense está tomando, não é muito bem visto sendo totalmente ignorado. Hoje, após mais de sete anos de governo "democrático", de um regime "libertário", como alguns bajuladores costumam pregar, ainda temos crianças que chegam a antiga quinta série sem noção de escrita e leitura.
A pergunta que fica e o que você está expondo e que eu particularmente concordo plenamente, até porque estou cursando licenciatura, onde estão os milhares de reais investidos no pagamento de mensalidades de alunos formados por uma "FRUTA", realmente agora estão dando o resultado esperado, um rumo totalmente desfocado do ideal talvez até imaginado quando se decidiu investir em tantos alunos. De certo, alguns se salvaram e conseguem dar um pouco de dignidade à profissão e ao dinheiro público que fora investido, mas o joio conseguiu infestar não somente a plantação como também foi levado ao celeiro. Hoje, temos quantos sendo formados no grande mestrado de educação e o que estão dando em contrapartida ao dinheiro público também investido, e, que não é pouco?
A resposta é bem nítida aos olhos críticos. Se quando há a implantação de uma política de resultados e não vanglórias para satisfação política “imbecil”, temos que esperar longos anos para a colheita satisfatória e ainda com necessária averiguação sistemática do resultado, imagine se nem mesmo iniciarmos.