terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ensinando galinhas a voar


Muitas vezes uma propaganda bem feita é bem melhor que um trabalho bem feito, sabe porque digo isso? Porque muita gente que trabalha menos do que eu acha que eu não faço nada. Cristalizou-se na cabeça das pessoas a ideia de trabalho da revolução industrial, bater ponto, rigoroso controle de horas de “trabalho”, esse modelo foi fortemente seguido a risca no período militar no Brasil, esse modelo até hoje é exigido vorazmente em muitos órgãos públicos.
Nós países desenvolvidos e principalmente em empresas de visão como Microsoft e Google, descobriu-se que horas de presença de um funcionário dentro da empresa não significa exatamente horas de produção, ou seja, a produtividade está totalmente desvinculada dos relógios de ponto, perincipalmente porque com o advento das interconexões de sistemas, propiciou-se poder produzir longe dos prédios das empresas. Hoje o modelo de flexibilidade de trabalho é adotado em todo mundo, menos nas entidades públicas do Brasil, que pra não perder o costume, parece não fazer parte do mundo moderno de tanto se arrastar.
Cheguei a estudar 14 horas por dia para poder me tornar melhor em meu trabalho, pra eu poder dar aulas melhores para meus alunos. Digo que muitos trabalham, porém poucos levam tão a sério como eu, apesar de visualmente não parecer, não gosto de perder tempo fazendo propaganda de mim mesmo pros outros, prefiro fazer propaganda de mim pra mim mesmo, parece um um pouco egocêntrico esse pensamento mas é verdade, meu compromisso com minhas metas é maior do que qualquer pensamento que possam tecer de mim.
Alguns estudos afirmam que nossas mentes se tornam mais criativas quando estamos perto de quem amamos, acho que é verdade, estou com milhões de ideias novas para implementar meus trabalhos do ano que vem e agora a pouco parei de escrever pra poder dar banho no meu filinho Gabriel, de vez enquanto tenho que para voltar o DVD da Xuxa que ele assiste religiosamente todos os dias (já sei todas as musicas decoradas). Mas hoje, me sinto muito mais produtivo e criativo do que antes, quando cumpria horários fixos, e é justamente isso que eu acho que está faltando nos funcionários de hoje em dia, criatividade, ousadia. Fiquei tão desapontado com encerramento do semestre letivo da minha filha Ana Paula, pois defendo a tese de que a educação infantil é mais importante das fazes educacionais, é nela que se determina uma pessoa criativa de uma pessoa passiva, se tiverem exemplos de criatividade com certeza serão criativas e pensarão pela vida toda, porém se tiverem exemplos de passividade, morosidade, serão pessoas dominadas, acomodadas, sem poder de raciocínio logico próprio (a maioria das pessoas hoje em dia). Os estímulos corretos nos momentos corretos é a chave de uma educação de sucesso, mas como exigir estimulo de pessoas desestimuladas? Como exigir grandes ideias de pessoas sem criatividade? Como exigir grandes feitos de pessoas sem ousadia? Acho um pouco difícil.
Pelo amor de Deus, meus queridos gestores educacionais, deixem dessa ideia de olhar a educação infantil como brincadeira, é preciso priorizar essa fase, pois de nada adiantara os investimentos posteriores se nossas crianças não souberem pensar, forem seres “agalinhadas” como diz Leonardo Boff em seu lindo ensaio a Águia e a galinha”, pessoas que só sabem olhar pra baixo e dar ridículos vôos, é preciso ousar, tentar voar o mais alto possível, vislumbrar novos horizontes, novas flores, novos jardins.
Não dou aulas para educação infantil pois sei que não tenho talento pra isso, descobri que é preciso ter dom para falar a linguagem das crianças, é preciso ter dom pra poder ser ouvido, é preciso ter dom para poder ensinar, como não tenho, não me proponho a ensina-las, e gostaria que o mesmo fizesse esse monte de gente sem talento que fica gritando e ameaçando nossas crianças. Não adianta ter diploma e saber duas ou três frases de Emilia Ferreiro ou Piaget e falar em construtivismo, é preciso mais, não é só participar desses planejamentos institucionais sem sentido, que mais parecem castigo para professores mau comportados durante o ano, é preciso ter dom.
Por um salário de 3 mil reais aos educadores infantis, por que não?, Sistemas seletivos severos ? Quem sabe assim conseguiríamos atrair profissionais competentes, de primeira, com certeza valeria a pena, construiremos futuros melhores, pois é bem mais fácil produzirmos águias do que ensinar galinhas a voar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com voce em relação ao produto final, gente o que foi aquilo, uma bagunça total ninguém entendia nada, tenho certeza que com mais criatividade e competencia poderia ter sido muito melhor, afinal o produto final é esperado o ano todo pelas crianças,

Anônimo disse...

estive tambem na escola adelia carvalho sodré, minha filha estuda lá, meu Deus! o que era aquilo?? vc nao ouvia nada nao entendia nada, minha filha com uma carinha decepcionada porq fez questao que eu fosse, mas ela propia estava decepcionada. em seguida aconteceu uma reuniao entre pais e diretora da escola, mas nao deu p pouvir, nao sei o que aconteceu, uma gritaria, definitivamente nao estavamos em uma escola.