sábado, 14 de setembro de 2013

MINHA LUZ...


Não sou muito de me ligar em datas “especiais”, mas me aconteceu algo diferente. Hoje é dia das mães, estou bem distante dela, e estar distante dela me fez passar o dia “mais sozinho” da minha vida, uma falta tão grande que não tem nome que o diga, que defina ou mensure.

Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais.

(Metal contra as Nuvens / Renato Russo)

Da janela do onde moro, fiquei olhando uma família qualquer que almoçava reunida. Pensei como deveria ser a vida daquelas pessoas? O quanto elas se amavam? Quantas histórias interessantes havia? Quantas coisas diferentes? Brigas, encontros, desencontros. Observava o olhar de uma senhora que me parecia ser a mãe homenageada, ela olhava cada um de seus filhos de maneira compenetrada, como se estivesse revendo o filme de cada um, todas as dificuldades, alegrias, parábolas e contentamentos, mas principalmente o que se via era um olhar de felicidade, de dever cumprido, como se ela dissesse: “você esta ai meu filho, mesmo depois de tudo que se passou você está ai, deixe que eu te contemple um pouco mais”. Todos estavam felizes ali, como se por aquele momento pelo menos, não existisse problema algum em suas vidas. Assim me sinto quando estou com minha mãe, não preciso de muito, quando não estou bem, vou a casa dela ouvir sua voz, sento nas cadeiras altas da cozinha só pra ouvir sua voz, isso me basta, acalma meu coração, tira minha dor, acalanta minha alma, acho que ela não sabe disso mas já fiz muitas vezes isso, tem dias que abaixo minha cabeça e apenas ouço, muitas vezes nem sem bem o que ela esta dizendo, mas me sinto, em paz nesse momento.
Acho que já estou acostumado em me sentir só, acho que acontece isso todos os dias, mas hoje parece que doeu mais, me fez pensar e sentir um monte de coisa, assim como a mãe que falei linhas atrás, lembrei-me de toda nossa história, os momentos bons, os difíceis. Inclusive foram nos momentos mais difíceis que percebi o quanto era diferenciada, sublime. Nos piores dias soube me consolar, mesmo sofrendo, soube conter sua dor e pedir para que eu não chorasse.  

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...

Mas não me diga isso...

Hoje a tristeza
Não é passageira
Hoje fiquei com febre a tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela
Parecerá uma lágrima...

Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor...

Mas não me diga isso...

É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia
Não é?...

Eu nem sei porque
Me sinto assim
Vem de repente um anjo
Triste perto de mim...

E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado
Por pensar em mim...

Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho...

Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser
Quem eu sou...

Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...

Não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...
(Via Láctea / Renato Russo)

Às vezes me dói saber o quanto eu a fiz ou faço sofrer por meus problemas, minhas tristezas, evito falar dessas coisas com ela, mas sei que no fundo ela sente. “meu sorriso sem graça” não a engana, na verdade nada que vem de mim a engana, ela conhece todas as linhas do meu coração.
Tem dias que as coisas estão muito difíceis, assim como hoje, minha saudade secou minhas lágrimas.  Sei que minha tristeza não é passageira e terei que conviver com isso para sempre, mas sei que ela está pensando em mim nesses momentos, e onde quer que eu esteja sinto isso. Que quando tudo está perdido sempre existe uma luz, e minha luz sempre será ela.


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